Admirável mundo novo - Aldous Huxley

Nesta semana resolvi mudar em dois aspectos. Primeiro, que não irei me propor a fazer resumos das obras, mas comentários que tencionem ou não a fazer com que os leitores mergulhem nessa obra. Segundo, serei mais direto, objetivo. Como estou sem tempo, nada de rodeios, fru-frus ou paparicos. Então vamos aos passos: 1º apresentar a obra; 2º aspectos relevantes; 3º comentários; 4º indicações ou não; 5º fechamento (mas sem contar o desfecho). Detesto isso. Acho que estraga, e muito, a surpresa. Agora que já falei as mudanças, vamos ao livro da semana.

Desta vez não foi difícil escolher. Há dois anos atrás ganhei um livro. Pela total falta de tempo na época, sequer abri o livro para ler a sinopse. Ele ficou esquecido na estante que tem na garagem, a qual guardo o 'vasto' acervo literário que possuo. Com o projeto comecei a manusear este acervo a procura de obras que ainda não havia lido. Me deparei com 'Admirável mundo novo' de Aldous Huxley, livro que minha colega de profissão e antiga professora Miriam havia me dado em um dos amigos secretos realizados na minha antiga escola. A primeira coisa que pensei: Pitty. Sim, parece bobagem, mas 'Admirável mundo novo' me lembra muito uma música dela. O título pelo menos. Mas como não estou aqui para falar de músicas da Pitty, muito menos para dizer que curto muito os sons que ela faz, vamos continuar a narrativa.

O livro é ótimo e, embora tenha sido produzido na década de 30 apresenta características super atuais. Eu diria que é quase atemporal, não fossem algumas menções do tipo: hotéis com aquelas caixas (televisões), telefones (não celular, mas convencionais), emissoras de rádio com baterias. Certo. Não expliquei que apesar da história ter sido escrita na década de 30, era para ser algo futurista. Tipo, muitos séculos afrente, onde a família é um conceito meramente histórico, e todos são condicionados a viver de mesmo modo. Os seres humanos são contruídos, estética e psicologicamente em laboratórios, modificados de acordo com as necessidades de uma sociedade mecânica, totalitária e desumanizada. Todos pensam e agem de uma maneira igual de acordo com sua raça (cada raça trabalha em determinado setor social para fazer com que o mundo não pereça no caos). Um mundo sem preocupações, tristezas, agonias. Tudo é suprido por pastilhas de 'soma', substância que aplaca os sentimentos e faz com que os cidadãos permaneçam indiferentes a total falta de autocontrole.

Familia, individualidade, pensamento, crítica, casamento e privação sexual constituem crime. É neste mundo que Bernard vive. Não conformado com sua condição, convida Lenina para visitar com ele uma reserva de selvagens na América do Norte. Nesta reserva todos vivem conforme os antigos costumes. Envelhecem conforme a antiga ciência e seguem uma vida considerada proibída. Lá ele conhece John e sua mãe Linda, antiga parceira do 'Administrador' que fora confinada a viver entre selvagens e que agora está irreconhecível. Ao auge da trama e as principais reflexões acontecem quando Bernard volta para a 'civilização' trazendo junto com ele John e Linda. Um crítica a sociedade capitalista, que condiciona os seus ao consumismo exagerado, sem consciência exata do possuir. Um livro denso, mas indispensável.