Amigos fiéis

O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais.

[Catedral]
O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.

[Fernando Pessoa]
A memória
é uma velha louca
que guarda trapos coloridos
e joga comida fora.

(Austin O'Malley)
Ah, a vida! Dois caminhõezinhos fazendo entrega entre a meia noite e a madrugada do outro dia'


'...SE O MUNDO É MESMO
PARECIDO COM O QUE EU VEJO
PREFIRO ACREDITAR
NO MUNDO DO MEU JEITO...'

[Legião]
'eu gosto de você
e gosto de ficar com você
meu riso é tão feliz contigo
o meu melhor amigo é o meu amor'
'I know where beauty lives
I've seen it once, I know the warm she gives
The light that you could never see
It shines inside, you can't take that from me'


(Madonna)

Descansa.

O Homem já se fez

O escuro cego raivoso animal

Que pretendias.

(Hilda Hilst)



'Just dance, it's gonna be okay da da doo-doom
Just dance, spin that record babe da da doo-doom
Just dance, it's gonna be okay
Da da da
Dance, dance, dance
Just, just, just, just dance
'

(Lady Gaga)

Para ver as minhas cicatrizes e ouvir meu coração é preciso pagar ingresso. Nada disso é uma comemoração.

Efraim Reyes

On His Seventy-fifth Birthday

I strove with none, for none was worth my strife.
Nature I loved and, next to Nature, Art;
I warmed both hands before the fire of life;
It sinks, and I am ready to depart.



Lutei com nada e nada valia a lida
Amei a Natureza e logo após a Arte;
Aqueci as mãos ante o fogo da vida;

Tudo se afunda e estou como quem já parte.

Walter Savage Landor

Vai, se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mais não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
E saiba que te amo

(Renato Russo / Legião Urbana)

A Despedida do Amor

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida… Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a “dor-de-cotovelo” propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

(Martha Medeiros)